No
último domingo, a partida entre Flamengo e Botafogo pelo Campeonato
Carioca foi palco para o goleiro Jefferson apresentar seu novo corte de
cabelo: um peixe em alto relevo, símbolo tradicionalmente ligado ao
cristianismo, e que é usado pela associação Atletas de Cristo.
“O peixe na cabeça é um símbolo dos Atletas de Cristo. Significa
nadar contra a correnteza e, graças a Deus, deu certo. Fiz algumas
defesas que dizem ter sido milagrosas”, declarou Jefferson ao
Globoesporte.com.
Evangélico, Jefferson costuma ousar nos cortes e já fez homenagens ao
clube de General Severiano, com uma estrela solitária, símbolo do
clube, e também à sua esposa, Michelle.
Sobre sua fé, Jefferson faz questão de ressaltar que a leitura da
Bíblia faz parte de sua rotina: “Acho que ninguém sabe, mas leio antes
de todos os jogos o Salmo 91: ‘Aquele que habita no esconderijo do
Altíssimo à sombra do Onipotente descansará. Ele é o meu Deus, o meu
refúgio, a minha fortaleza’. Gosto também de outro: ‘O cavalo se prepara
para a batalha, mas a vitória vem de Deus’. São trechos que me passam
muita tranquilidade na hora dos jogos”, disse o goleiro, que já foi
convocado pela Seleção Brasileira.
Entretanto, o gesto de homenagear os Atletas de Cristo pode render
uma punição, pois a International Football Association Board, entidade
ligada à Fifa, proíbe manifestações religiosas dentro de campo.
Jefferson, no entanto, não recua: “Tem que nadar contra a correnteza
desse mundo, contra as coisas tristes e erradas, por isso fiz essa
homenagem. Para o Botafogo, as coisas se tornam mais difíceis. Vamos
nadar contra a correnteza e conquistar o título”.
O presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro,
José Teixeira Fernandes, afirma que o assunto ainda será analisado, mas
pode render punição ao goleiro: “É um caso novo e, a princípio, não
tenho nenhuma objeção. Não vejo problemas de um cidadão explicitar a sua
preferência religiosa. Mas o Código é extenso e não é possível saber
todos os pontos dele. Faremos uma apuração mais profunda. Se houver
alguma ofensa à regra, vamos fazer a denúncia. Vamos pesquisar e não
descarto [punição]”.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+
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