Família
Pr. Josué Gonçalves é terapeuta familiar, pastor sênior do Ministério Família Debaixo da Graça - Assembleias de Deus em Bragança Paulista – SP, bacharel em teologia, com especialização em aconselhamento pastoral e terapia de casais, exerce um ministério específico com famílias desde 1990. Ver outros artigos da coluna: Família
Resgatando a paternidade integral – Parte 3
Todo filho espera bênção e não maldição de seus pais
Nenhum filho espera do pai, nem da mãe,
uma maldição sobre sua vida. Por mais ignorante que seu filho seja
nessas questões, por mais distante que ele pareça estar em relação a
essa questão, ainda que eles sejam pouco instruídos biblicamente,
palavras de maldição transmitem mal-estar naturalmente, com efeitos
espirituais e emocionais.
Por isso, dou um conselho a vocês:
“Nunca digam aquilo que vocês não querem que o filho se torne. Antes de
falar, pense nos efeitos que as suas palavras vão gerar, pois há um
poder enorme da palavra dos pais sobre a vida dos filhos. É interessante
o que a Bíblia diz em Provérbios 18.21: “A língua tem poder sobre a
vida e sobre a morte; os que gostam de usá-la comerão do seu fruto”.
Quando nós falamos algo, há duas
possibilidades sendo criadas: ou estamos gerando vida ou estamos
causando morte. Quando eu falo, o efeito das minhas palavras gerará vida
ou provocará morte.
Tiago 3.9 diz que quando falamos,
abençoamos ou amaldiçoamos”: “Com a língua bendizemos o Senhor e Pai, e
com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus”.
Crianças que vivem ouvindo críticas
aprenderão a condenar e a criticar a atitude dos outros. Portanto, veja
algumas expressões que os pais nunca deveriam usar com os filhos, porque
soam como maldição, são palavras com cargas negativas que geram uma
psicologia de morte:
– Você é impossível (no sentido de incorrigível).
– Você é preguiçoso.
– Você é mau.
– Você nunca vai “dar para nada” (no sentido de não ter competência para nenhuma profissão ou atividade).
– Quando você se casar, você vai pagar pelo que fez (isso é maldição).
– Seu porco, sua porca.
Nunca diga: Seu vagabundo, sua vagabunda; seu burro, idiota, sua anta; arrependo-me de ter gerado você.
Recentemente, os pais de uma menina
choraram diante de nós dizendo: “Pastor, nossa filha tem mais de 20 anos
e ela estava na igreja. Mas, de repente, tomou uma decisão estranha,
que até agora a igreja e a família estão em estado de choque. Ela
abandonou a igreja, a família e foi morar com a namorada, assumindo sua
homossexualidade”.
E o pai disse ainda: “Há no meu coração
um peso, porque quando ela nasceu, na verdade, nós queríamos um menino,
torcíamos pela vinda de garoto, nutrimos essa expectativa. E, quando
esperávamos abraçar um menino, nasceu uma menina. De certo modo, isso
nos frustrou, porque nós nutrimos tanta expectativa por um menino, que,
quando nasceu uma menina, nós ficamos decepcionados. E nossa filha soube
que, ao nascer, nosso grande desejo não era uma garota, mas um garoto. E
até hoje ela fala isso. E agora essa situação…
Isso parece coincidência? Não acredite
nisso. Há poder em nossas palavras. Por isso, muito cuidado com o que
você diz. Pais são autoridades sobre os seus filhos e, quando falam,
abençoam ou amaldiçoam. As palavras de um pai e de uma mãe produzem
efeito real sobre a vida de seus filhos. “A boca do justo é fonte de
vida, mas a boca dos ímpios abriga a violência. (Provérbios 10.11)”.
Assim, o que você fala, o que eu falo, o que nós falamos, tudo isso deve
gerar vida.
Jacó era um pai que sabia abençoar seus
filhos. Veja que linda a atitude desse pai: Jacó está partindo para a
eternidade, mas, antes de fechar os olhos, ele chamou os filhos para
abençoá-los.
Pelo Deus de seu pai, que ajuda você, o
Todo-poderoso, que o abençoa com bênçãos dos altos céus, bênçãos das
profundezas, bênçãos da fertilidade e da fartura. As bênçãos de seu pai
são superiores às bênçãos dos montes antigos, às delícias das colinas
eternas. Que todas essas bênçãos repousem sobre a cabeça de José, sobre a
fronte daquele que foi separado de entre os seus irmãos… Todas estas
são as doze tribos de Israel; e isto é o que lhes falou seu pai quando
os abençoou; a cada um deles abençoou segundo a sua bênção (Gn
49.25,26,28. Grifo acrescentado).
Jacó lança bênçãos sobre seu filho José.
Nós precisamos fazer o mesmo; essa é a nossa vocação: abençoar, e não
amaldiçoar. Precisamos preparar nossos filhos também nesse sentido
espiritual, abençoando-os.
Meus filhos, Douglas, Letícia e Pedro,
sabem da importância disso. Especialmente o Douglas, que tem isso bem
vivo em sua memória, ele cresceu ouvindo quase todas as manhãs eu dizer:
“Repita com o pai: ‘Eu nasci para vencer’ ”.
E, às vezes, logo pela manhã eu ia até o
quarto do Douglas para pedir a ele que repetisse, mas ele já estava
meio que cansado disso e me dizia: “ Pai, já sei, já sei: ‘Eu nasci para
vencer’ ”, “eu nasci para ser uma bênção”, “eu nasci para a glória de
Deus”.
Eles ouviam isso de mim e repetiam. Você
precisa declarar sobre a vida dos seus filhos que eles nasceram para
ser uma bênção. Nunca deixe de declarar insistentemente para eles: Você
nasceu para vencer. Você nasceu para o louvor e glória do Senhor. Você
nasceu para ser uma bênção onde estiver. Você nasceu para ser um vaso de
honra na casa e nas mãos do Senhor. Você nasceu para ser instrumento da
graça do Senhor entre as pessoas. Você nasceu para dar certo em seus
empreendimentos.
Abençoe o seu filho e jamais o amaldiçoe.
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